António
José Pais Dias … uma lição de vida!
Foi com aprazimento,
que no passado dia 19 de fevereiro, recebemos o escritor António José Pais
Dias, no próprio dia em que completou 72 anos!
Natural de São João da
Tarouca, uma “grande aldeia, entre rio e montanhas, entre prados e pinhais”,
revelou possuir uma douta sapiência, cativando a plateia pela sua
autenticidade, capacidade em comunicar, expressando de forma ímpar o seu
universo interior. Sensível aos sentimentos humanos, expos a sua infância e
árdua vida. O que foi para os presentes uma verdadeira “lição de vida”!
Partilhou algumas das suas mais genuínas caraterísticas, nomeadamente:
manuscrever e ou datilografar os seus livros, utilizar a velha máquina de
escrever, corrigir os erros, sem os apagar, não ajustar as linhas, os espaços,
as margens, como o próprio diz “… porque
não consigo domesticar/dominar esta minha hiperativa secretária Capri. Verá
agramaticais separações de palavras. Tudo feito ad hoc/adrede propositadamente
(…). Quem não tem computador, datilografa. Quem não quer correções, manuscreve”,
ignora a “inspiração” pois no quotidiano escreve sempre numa simples folha de
papel (que traz sempre consigo) o que sente ou o que lhe ocorre no momento. Ele
próprio é que custeia a impressão dos seus livros, que são oferecidos e não
para venda!
As capas dos seus
livros, sempre esverdinhados, traduzem a ligação à terra, à natureza, a que se
orgulha de pertencer. Escreve em prosa, em poesia e como gosta de denominar, ainda
“livros-jornais”.
Após a sua
apresentação, distribuiu a cada aluno uma cópia do seu diploma da 4ª classe,
para que pudessem analisar e compreender os elementos nele inscritos. Exibiu a
“sacola” que levava para a escola, explicando a sua função (para além dos
livros, também servia para levar o almoço) e confidenciou que frequentou o
Seminário, pois a família queria que seguisse a vida religiosa. Os seus estudos
primaram pela exigência, própria do sistema educativo da época, aprendeu latim
(que muitas vezes utiliza nos seus escritos), bem como conhecimentos de
ciências, geografia, história, matemática e outras ciências sociais que se
traduzem na especial preparação cultural que detém.
Nas duas sessões é de
destacar a leitura de poemas e a ligação com o neto, Rodrigo Alexandre Paula,
que frequenta a turma 5ºH, patente na leitura que preparou com o mesmo e que
comoveu a plateia.
No final, cantou-se os
parabéns e ao soprar as velas sentimos que a sua carreira de escritor
perdurará. Como confidenciou, já tem “na forja” o título para um novo livro!
A profª bibliotecária agradece à profª Gracinda Mateus que
proporcionou este encontro, à assistente operacional Graça Moreira pelo painel
e desenho e ao escritor as ofertas para a biblioteca (livro Do Chão do Monastério, poemas
manuscritos, uma peça teatral e diversos “livros-jornais”) que enriquecem o
fundo documental e são testemunho de um verdadeiro artista na arte de escrever!
Ao escritor, António
José Pais Dias, um bem-haja!
Estaremos sempre de “portas
abertas” para o receber!
Profª bibliotecária
Lígia Freitas
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